Infertilidade Feminina
Fases da vida reprodutiva
Um bebé do sexo feminino nasce com cerca de um milhão de folículos em cada um dos dois ovários. À medida que cresce vai perdendo folículos e quando chega à puberdade já só tem uma média de 200 mil. A partir desta altura, a cada mês, um dos ovários consegue fazer crescer um folículo até aos 2-3 cms, a que se segue a ovulação e, por sua vez, a menstruação.
Entre os 20 e os 25 anos, a mulher está no ponto mais alto da sua fertilidade e a possibilidade de engravidar é maior. Pelos 30 anos, começa a registar uma perda progressiva da capacidade de resposta dos folículos primordiais aos níveis hormonais, e a partir dos 35 anos esse processo acelera ainda mais. Os ovários tendem a deixar de formar folículos maduros, dando origem a folículos contendo ovócitos imaturos ou ovócitos com alterações na sua morfologia e estrutura genética.
Com a queda da quantidade e qualidade dos ovócitos, entre os 45 e os 50 anos, as menstruações espontâneas deixam de ocorrer e após 1 ano sem registo de menstruação pode considerar-se que a mulher entrou em menopausa.
Estas são as fases de uma vida reprodutiva feminina normal, mas não a de todas as mulheres. Doenças, malformações ou complicações do sistema reprodutor podem comprometer e colocar em causa a sua fertilidade.
Principais causas
O crescimento de tecido endometrial leva à existência de inflamação e fibrose na zona afetada e à formação de lesões de endometriose.
Os sintomas caracterizam-se por dores pélvicas incapacitantes, seja antes e durante a menstruação, relação sexual, e por vezes ao urinar e defecar.
Os focos ectópicos de endométrio surgem durante o desenvolvimento fetal. Não se sabe se é de causa genética ou se está ligado a fatores tóxicos ambientais.
A endometriose causa disfunção ovulatória, dado que os focos ectópicos respondem aos níveis hormonais como se fosse o endométrio uterino, desregulando o ovário.
Por vezes, a infeção das trompas causa uma inflamação aguda (salpingite) seguida de dilatação das trompas (hidrosalpinge), que obriga à sua remoção, através de uma salpingectomia. A inflamação pode provocar a formação de aderências que comprometem a função das trompas.
É o caso da utilização ou exposição a substâncias químicas ou tóxicas. Estas afetam a qualidade dos ovócitos e dos espermatozóides, podendo também interferir com o desenvolvimento da placenta e do feto. O recurso a drogas ou estupefacientes, por exemplo, causa lesão genética dos ovócitos, anomalias fetais, parto prematuro, atraso do crescimento fetal intrauterino e síndrome de abstinência do recém-nascido.
Também a exposição constante ao calor excessivo, à radiação, metais pesados e outras substâncias tóxicas pode prejudicar o processo ovulatório.
O consumo de tabaco pode levar à ocorrência de lesões no material genético dos ovócitos, tornando-os incompetentes para originar um embrião saudável. Nas fumadoras, quando o ovócito é normal e o embrião implanta, a nicotina, por que causa aterosclerose e espasmo arterial, condiciona risco de parto prematuro e atraso do crescimento fetal intrauterino.
A ingestão excessiva de bebidas alcoólicas é associada a distúrbios endócrinos, à perda da função renal e hepática, à aterosclerose e à hipertensão arterial. Estas causam desregulação endócrina do ovário, o que pode levar a um défice da ovulação e diminuição da qualidade genética e morfológica dos ovócitos.
Existe ainda o risco de perda da líbido e aumento das infeções genitais e de serem registadas complicações na gravidez e no parto.
A utilização de alguns medicamentos pode revelar-se comprometedora para a fertilidade feminina, como por exemplo, o uso de medicamentos antidepressivos, que levam a uma diminuição da libido, ou outros, que podem ter uma influência negativa no desenvolvimento embrionário e do feto. Qualquer utilização de medicação deve ser feita sob acompanhamento e recomendação médica.
A obesidade ou baixo peso representam também riscos para a fertilidade feminina. O sobrepeso pode provocar hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, síndrome metabólica e disfunções hormonais. Estas acabam por afetar negativamente o ciclo menstrual e a ovulação, levando mesmo à anovulação.
No caso da magreza, pode inibir a produção do estrogénio e de outras hormonas, o que impede a formação e a liberação de óvulos.
Deve ainda procurar-se ter uma boa qualidade de sono. Considera-se que um sono reparador ajuda o funcionamento da hipófise, glândula presente no cérebro responsável pela produção de uma série hormonas, como as necessárias para a estimulação dos ovários.
O sedentarismo é outro inimigo da fertilidade na mulher, dado que pode levar a um desequilíbrio metabólico e hormonal, influenciando negativamente o ciclo menstrual e a ovulação. Deve procurar-se a prática de atividade física de forma controlada e benéfica, através de desporto, caminhadas e atividades que exercitem o corpo.
Tratamentos

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