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Anomalias Genéticas

Cerca de 10% dos casos de infertilidade não apresentam quaisquer problemas ao nível do sistema reprodutor feminino e/ou masculino, mas mesmo assim a gravidez não acontece.

Em muitos casos, existem anomalias genéticas dos ovócitos, para os quais não existem testes de deteção. Frequentemente, estes só se descobrem durante a fecundação in vitro (FIV), momento em que se podem observar os ovócitos, a fecundação e o desenvolvimento embrionário.

Podem causar incapacidade de fecundação, paragem do desenvolvimento embrionário, perda da qualidade embrionária, falhos da implantação, abortamentos de repetição ou fetos com anomalias estruturais.

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Principais causas

A possibilidade de engravidar naturalmente vai ficando reduzida com o avanço da idade da mulher. A sua reserva ovárica diminui a cada ciclo menstrual, até que deixe se surgir a menstruação com a chegada da menopausa.

Está previsto que, todos os meses, seja libertado um óvulo por um dos ovários, com o objetivo de ser fecundado. Mas, por vezes, a ovulação não acontece, devido à existência de ciclos menstruais irregulares ou à ausência de menstruação, ou anovulação, que pode ter origem em desequilíbrios hormonais, distúrbios metabólicos ou outras condições médicas.

Existem hábitos de consumo que podem interferir diretamente na fertilidade feminina, seja pela ingestão, utilização ou exposição de substâncias prejudiciais nocivas para a saúde.

É o caso da utilização ou exposição a substâncias químicas ou tóxicas. Estas afetam a qualidade dos ovócitos e dos espermatozóides, podendo também interferir com o desenvolvimento da placenta e do feto. O recurso a drogas ou estupefacientes, por exemplo, causa lesão genética dos ovócitos, anomalias fetais, parto prematuro, atraso do crescimento fetal intrauterino e síndrome de abstinência do recém-nascido.

Também a exposição constante ao calor excessivo, à radiação, metais pesados e outras substâncias tóxicas pode prejudicar o processo ovulatório.

O consumo de tabaco pode levar à ocorrência de lesões no material genético dos ovócitos, tornando-os incompetentes para originar um embrião saudável. Nas fumadoras, quando o ovócito é normal e o embrião implanta, a nicotina, por que causa aterosclerose e espasmo arterial, condiciona risco de parto prematuro e atraso do crescimento fetal intrauterino.

A ingestão excessiva de bebidas alcoólicas é associada a distúrbios endócrinos, à perda da função renal e hepática, à aterosclerose e à hipertensão arterial. Estas causam desregulação endócrina do ovário, o que pode levar a um défice da ovulação e diminuição da qualidade genética e morfológica dos ovócitos. Existe ainda o risco de perda da libido e aumento das infeções genitais e de serem registadas complicações na gravidez e no parto.

A utilização de alguns medicamentos pode revelar-se comprometedora para a fertilidade feminina, como por exemplo, o uso de medicamentos antidepressivos, que levam a uma diminuição da libido, ou outros, que podem ter uma influência negativa no desenvolvimento embrionário e do feto. Qualquer utilização de medicação deve ser feita sob acompanhamento e recomendação médica.

A obesidade ou baixo peso representam também riscos para a fertilidade feminina. O sobrepeso pode provocar hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, síndrome metabólica e disfunções hormonais. Estas acabam por afetar negativamente o ciclo menstrual e a ovulação, levando mesmo à anovulação. No caso da magreza, pode inibir a produção do estrogénio e de outras hormonas, o que impede a formação e a liberação de óvulos.

A manutenção de um estilo de vida equilibrado e saudável pode exigir um compromisso demasiado complicado a muitas pessoas. No entanto, depende de um equilíbrio o aumento de probabilidades de a fertilidade sair beneficiada. Assim, deve evitar-se situações de grande stress, que podem causar processos fisiológicos e interferir na produção hormonal.

Deve ainda procurar-se ter uma boa qualidade de sono. Considera-se que um sono reparador ajuda o funcionamento da hipófise, glândula presente no cérebro responsável pela produção de uma série hormonas, como as necessárias para a estimulação dos ovários.

O sedentarismo é outro inimigo da fertilidade na mulher, dado que pode levar a um desequilíbrio metabólico e hormonal, influenciando negativamente o ciclo menstrual e a ovulação. Deve procurar-se a prática de atividade física de forma controlada e benéfica, através de desporto, caminhadas e atividades que exercitem o corpo.
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Tratamentos

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