Infertilidade Masculina
Fases da vida reprodutiva
O órgão reprodutor masculino começa a ter capacidade para a produção de espermatozóides e fertilização com o início da puberdade, pelos 12 anos.
O homem produz espermatozóides diariamente e durante toda a vida, sem existir um período em que é mais fértil. No entanto, com o avanço da idade, a qualidade, quantidade e mobilidade dos gâmetas masculinos são afetadas e isso interfere na sua fertilidade.
Estima-se que entre os 50 e os 60 anos, o homem entre na andropausa, caracterizada pela redução dos níveis de testosterona e da produção de espermatozóides. Porém, apesar dessas diminuições, o homem pode manter a capacidade de se reproduzir, ainda que com maior dificuldade e com o risco de se virem a verificar doenças nos filhos, como é o caso do autismo, esquizofrenia, doenças ósseas ou neoplasias malignas.
Estas são as fases de uma vida reprodutiva masculina normal, mas nem sempre comum a todos os homens. Doenças, malformações ou complicações do sistema reprodutor podem comprometer e colocar em causa a fertilidade.
Principais causas
As alterações nos espermatozóides podem ser detetadas através de um espermograma, nomeadamente a existência de poucos gâmetas (oligospermia) ou nenhuns (azoospermia) ou anomalias na sua morfologia.
As anomalias nos espermatozóides podem causar incapacidade de fecundação, paragem do desenvolvimento embrionário, perda da qualidade embrionária, falhas na implantação, abortamentos de repetição ou fetos com anomalias estruturais.
No homem que sofre de azoospermia obstrutiva, os espermatozóides são extraídos por punção do epidídimo (MESA). Se imóveis, efetua-se extração de espermatozóides ou das suas células precursoras (espermatídios) por biópsia testicular (TESE).
No caso da azoospermia secretora, a sua origem pode estar relacionada com causas genéticas, devido à alteração do número ou da estrutura dos cromossomas. O homem pode ainda apresentar azoospermia porque o testículo não produz espermatozóides ou produz gâmetas em número insuficiente. Este problema pode dever-se a uma criptorquidia, anomalias do cariótipo, mutações genéticas do cromossoma Y, distúrbios endócrinos, infeção testicular ou exposição a tóxicos ambientais e profissionais.
Num caso de azoospermia secretora, os espermatozóides ou as suas células precursoras são recolhidos por TESE, efetuada com anestesia local troncular. É um processo indolor que demora cerca de 20 minutos, por testículo.
No caso de posição do testículo na região inguinal, a criptorquidia pode e deve ser corrigida cirurgicamente até aos 2 anos de vida do bebé. No caso do testículo se encontrar na cavidade abdominal, a criança deve ser operada porque o testículo intra-abdominal degenera ou transforma-se numa neoplasia maligna. Se o exame não permitir visualizar o testículo na cavidade abdominal, então trata-se de uma ausência congénita do testículo (anorquidia), o que obriga a tratamento hormonal virilizante.
Varicocelo: Existência de veias inchadas que aumentam a temperatura dos testículos e afetam a produção de esperma. Pode causar azoospermia obstrutiva.
É o caso da utilização ou exposição a substâncias químicas, como drogas ou estupefacientes, ou tóxicas. Estas afetam a qualidade dos espermatozóides, aumentam as anomalias genéticas nos gâmetas do homem, e causam ainda a perda da libido e levam à impotência.
Também a exposição constante ao calor excessivo, à radiação, metais pesados e outras substâncias tóxicas pode causar alterações no sêmen.
O consumo de tabaco pode levar igualmente à diminuição da libido, bem como a problemas na ereção e perda da qualidade do sémen, o que pode conduzir a diagnósticos de oligozoospermia ou astenozoospermia.
A ingestão excessiva de bebidas alcoólicas é associada a distúrbios endócrinos, à perda da função renal e hepática, à aterosclerose e à hipertensão arterial. Estas causam perda da libido e da ereção e interferem nas características do esperma.
A utilização de alguns medicamentos pode revelar-se comprometedora para a fertilidade masculina, como por exemplo, o uso de medicamentos antidepressivos, que podem retardar a ejaculação e afetar a produção seminal. Qualquer utilização de medicação deve ser feita sob acompanhamento e recomendação médica.
A obesidade ou baixo peso representam também riscos para a fertilidade. O sobrepeso pode provocar hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, síndrome metabólica e disfunções hormonais e de libido. Por sua vez, estas doenças têm influência no volume, quantidade, qualidade e mobilidade dos espermatozóides. A magreza no homem leva à diminuição dos níveis hormonais, logo à produção de testosterona e de espermatozóides.
Deve ainda procurar-se ter uma boa qualidade de sono. Considera-se que um sono reparador ajuda o funcionamento da hipófise, glândula presente no cérebro responsável pela produção de uma série hormonas, como as necessárias para a estimulação dos testículos.
O sedentarismo é outro inimigo da fertilidade, dado que pode levar a um desequilíbrio metabólico e hormonal. Deve procurar-se a prática de atividade física de forma controlada e benéfica, através de desporto, caminhadas e atividades que exercitem o corpo. Nos homens, a falta de atividade física pode afetar o fluxo sanguíneo e a chegada de oxigênio ao sistema reprodutivo.
Tratamentos

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