Artigo de Opinião

14 Jun. 2024

Mês da consciencialização da fertilidade. Jovens bem informados tomam decisões mais conscientes

Junho é o mês dedicado à consciencialização da fertilidade. Este período serve não só para informar, mas também para desmistificar os inúmeros aspetos que envolvem a fertilidade, um tema muitas vezes envolto em tabus e mal-entendidos. A importância de abordar esta questão não pode ser subestimada, especialmente quando consideramos a sua relevância direta na vida de milhões de pessoas que sonham com a maternidade ou paternidade.

Sabemos hoje que a fertilidade humana é um campo vasto e complexo, envolvendo fatores biológicos, psicológicos e sociais. Por isso mesmo é que a consciencialização sobre este tema é essencial para ajudar a reduzir a ansiedade e a pressão social frequentemente associadas à conceção.

Além disso, a discussão promove um entendimento mais profundo das opções e desafios que podem surgir ao longo da jornada para a parentalidade. No entanto, para que esta consciencialização seja eficaz, é vital que comece desde cedo, durante a adolescência. Promover o debate sobre o tema é dar ferramentas e mecanismos para tomadas de decisão mais conscientes.

É aqui que entram projetos sociais inovadores. Este ano, pela mão da Associação Portuguesa de Fertilidade, foi lançado o projeto piloto “FActs!”. Este jogo educativo, desenvolvido para jovens do ensino secundário, está a ser implementado em Portugal, Noruega, Bulgária e Polónia através da Fertility Europe. Nele os jovens entre os 15 e 18 anos têm a oportunidade de aprender sobre a fertilidade de uma maneira envolvente e interativa, promovendo a literacia em saúde reprodutiva desde cedo.

A implementação do “FActs!” em Portugal e em outros países europeus destaca a importância da cooperação internacional e a criação de programas educativos mais robustos e abrangentes. Estes projetos sociais no âmbito da saúde reprodutiva são fundamentais para combater a desinformação e os preconceitos que ainda cercam a fertilidade.

Isto torna-se mais relevante quando percebemos que a literacia em fertilidade não é apenas um benefício individual: é um investimento social. Jovens mais bem informados são propensos a tomar decisões mais conscientes e responsáveis. Além disso, ao entenderem melhor o funcionamento dos seus corpos, estes jovens estão mais preparados para enfrentar possíveis desafios reprodutivos no futuro.

Passados alguns meses desde o início deste projeto, podemos afirmar que esta iniciativa ajudou centenas de estudantes portugueses a entenderem melhor o seu corpo e o ciclo reprodutivo do ser humano, em homens e mulheres. Hoje, podemos dizer que as salas de aulas e as escolas que acolheram o projeto, de norte a sul do país, cumpriram o seu papel de agentes de promoção da literacia em saúde.

Neste mês dedicado à consciencialização da fertilidade, reiteramos que investir na educação e consciencialização é uma questão de saúde, mas também uma questão de capacitação e empoderamento das futuras gerações. Num mundo onde a informação é poder, garantir que os jovens têm acesso ao conhecimento certo é, sem dúvida, uma prioridade.

Jornal de Notícias • 14 Jun. 2024
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